Pesquisa: 6 em cada 10 tabalhadores não querem voltar ao trabalho após um feriado prolongado

Tóquio – Mais de 60% dos trabalhadores japoneses relataram sentir-se relutantes em voltar ao trabalho após o feriado de Obon, segundo pesquisa realizada em agosto. Muitos alegam se sentir deprimidos só de pensar em retornar ao trabalho depois do período de folga.
No país, feriados prolongados como a Golden Week e o próprio Obon costumam levar as empresas a suspender atividades por até dez dias. Durante esse tempo, muitos aproveitam para viajar em família de carro, trem ou avião.
O levantamento
O site "Career Bible", especializado em informações sobre mercado de trabalho, realizou a pesquisa online entre 8 e 25 de agosto, com 400 participantes. O tema foi “Feriado de Obon e mudança de emprego”.
O resultado mais relevante foi que 61,3% dos entrevistados afirmaram sentir relutância em voltar à rotina profissional após o Obon.
Entre as justificativas apontadas:
- “Se eu fizer uma pausa longa, sinto vontade de tirar mais tempo de folga e não quero voltar” (mulher, 20 anos)
- “É um incômodo voltar” (homem, 20 anos)
- “Fins de semana prolongados interrompem minha rotina diária” (mulher, 30 anos)
- “Meu corpo fica lento. Tenho menos tempo para cozinhar e cuidar da pele” (mulher, 30 anos)
- “Parece que estou de volta à realidade” (homem, 30 anos)
- “É difícil mudar do modo férias para o modo trabalho” (homem, 30 anos)
Outros depoimentos também reforçaram sentimentos de cansaço ou insatisfação profissional: “Ainda quero descansar”, “Sinto-me deprimido quando penso em trabalho e relacionamentos”, “Isso atrapalha minha rotina diária”.
Quem não se incomoda
A pesquisa também mostrou que parte dos trabalhadores (38,8%) não vê problema em retornar ao emprego após alguns dias de descanso. Entre os motivos citados:
- “Consigo entrar e sair do trabalho sem dificuldades, então me sinto confortável” (mulher, 30 anos)
- “Tento não mudar minha rotina diária” (mulher, 30 anos)
- “Gosto do meu trabalho, então não é difícil para mim” (mulher, 40 anos)
- “Consegui descansar e agora posso trabalhar com energia” (homem, 40 anos)
- “Há tarefas definidas e rotina, então não muda muito” (mulher, 40 anos)
Pensando em mudar de emprego
Entre os 400 entrevistados, 6,8% afirmaram considerar mudar de emprego durante o feriado de Obon. Entre os motivos:
- “Com uma pausa longa, quero fazer algo diferente” (homem, 30 anos)
- “Tenho mais tempo para procurar emprego novo” (homem, 40 anos)
- “Estou relutante em trabalhar” (homem, 40 anos)
- “Gostaria de saber se existe um trabalho mais adequado para mim” (homem, 50 anos)
Já quem não pensa em trocar de emprego (93,3%) citou razões como:
- “Estou satisfeito com a situação até agora” (homem, 20 anos)
- “Depois de trabalhar um pouco, a gente se acostuma” (mulher, 20 anos)
- “Sou prática em relação ao trabalho” (mulher, 20 anos)
- “Não tenho muita confiança em mim mesma” (mulher, 30 anos)
- “Mesmo em feriados prolongados, posso ajudar em outras lojas. Tento não tirar mais de quatro dias de folga, a menos que viaje” (mulher, 30 anos)
Segundo o Career Bible, os feriados funcionam como oportunidade para que trabalhadores redefinam corpo e mente, além de reavaliar carreira e estilo de vida.
Atividades durante o feriado
A pesquisa mostrou também que 9,8% dos participantes disseram adotar pequenas atividades para reduzir o impacto do retorno ao trabalho após o Obon:
- “Encontrar amigos ou ir a um show” (mulher, 20 anos)
- “Ouvir música para reduzir o estresse” (mulher, 30 anos)
- “Não mudo meu estilo de vida” (mulher, 30 anos)
- “Compro roupas ou pertences novos e volto ao trabalho como se fosse um novo começo” (mulher, 40 anos)
- “Mantenho a mesma rotina: acordo no mesmo horário, faço tarefas domésticas, vou dormir no mesmo horário” (mulher, 40 anos)
- “Sigo rotina semelhante à de um dia útil comum” (mulher, 50 anos)
Outros 90,3% dos entrevistados que disseram que não se importam em buscar atividades para aliviar o retorno ao emprego.
E você, como se sente quando o feriado prolongado termina e precisa voltar ao trabalho?
Foto: Banco de Imagem
Muitos trabalhadores enfrentam congestionamentos nas rodovias em feriados prolongados como o Obon