Uso de energia da IA generativa pode ultrapassar consumo do Japão em 8 anos

Tóquio - Quando dizem que a Inteligência Artificial (IA) é uma ameaça à humanidade, existe um ponto que vai além da possibilidade de “roubar” empregos. Essa tecnologia consome tanta energia que se estima que, em 2033, a OpenAI, criadora do ChatGPT, consumirá 1,5 vez mais eletricidade do que o Japão.
A utilidade da IA no cotidiano das pessoas e das empresas hoje é inegável. Tanto é que o fundador da OpenAI, Sam Altman, costuma publicar esta frase: “O desenvolvimento da IA trará um futuro promissor para a humanidade... Alcançaremos uma capacidade computacional de 250 gigawatts até 2033”, publicou a Gendai.
Para um leigo, 250 gigawatts pode parecer apenas um número qualquer. No entanto, 1 gigawatt corresponde à potência de uma grande usina termelétrica ou nuclear.
Para efeito de comparação, a demanda elétrica do Japão gira em torno de 170 gigawatts, mesmo nos horários de pico. Ou seja, apenas uma empresa, como a OpenAI, projeta consumir uma quantidade de eletricidade que pode chegar a 1,5 vez a demanda do arquipélago japonês em um período de oito anos.
A estimativa da Agência Internacional de Energia (IEA) indica que, com a expansão da IA e o consequente aumento no número de data centers, o consumo global de energia nesses locais deverá dobrar em 2026 em relação a 2022, período que antecedeu a consolidação da IA generativa na internet.
Em outubro, a OpenAI anunciou parceria com a AMD, empresa americana de semicondutores, para introduzir 6 gigawatts de Unidades de Processamento Gráfico, volume equivalente ao consumo energético de Singapura.
Atualmente, os centros de dados de IA de grandes empresas, como OpenAI e Google, consomem cerca de 10 gigawatts cada. Caso essa demanda aumente 10 ou 20 vezes, o mundo entrará em um período de consumo extremamente elevado.
Especialistas afirmam que a IA está associada à chamada “lei de escala”, segundo a qual quanto mais chips e dados são utilizados em cálculos, maior se torna o desempenho. A expectativa é de que, com isso, a IA atinja níveis de capacidade superiores aos humanos, resultando em novas descobertas científicas e ideias de negócios.
Talvez seja por esse motivo que a OpenAI e outras grandes companhias de tecnologia invistam fortemente na expansão da IA, mesmo cientes de que um dia essa bolha poderá estourar.
Foto: Banco de Imagens
































