Pavilhão de Portugal na Expo Osaka: arquitetura que respira o oceano e conhecimento lusitano

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Pavilhão de Portugal: arquitetura que respira o oceano e conhecimento lusitano
O Pavilhão de Portugal é daqueles espaços que a gente reconhece de longe. A pele externa, leve e trançada, filtra luz e vento como se fosse o próprio mar — um gesto sintético que cria um marco visual na Expo, um pavilhão diferente e moderno, e abre caminho para o que importa lá dentro: as histórias e conexões entre Portugal e Japão.

Obra de arte na entrada
Logo na chegada, uma peça têxtil de Vanessa Barragão introduz o tema mar. Apresentada como “Oceano: The First Thread(s)”, a obra nasce do reaproveitamento de cordas e redes do próprio pavilhão, reforçando o discurso de sustentabilidade; e a obra permanecerá no Japão após a Expo.
No conjunto de obras inaugurais do espaço está também “A Janela”, de ADD FUEL (Diogo Machado) — azulejos pintados à mão em parceria com a Viúva Lamego, concebidos como ponto de encontro simbólico entre Portugal e Japão.

O que aprendemos lá dentro: Portugal e Japão, um encontro antigo
A curadoria lembra que a relação luso-japonesa tem mais de quatro séculos e deixou marcas materiais, linguísticas, urbanas e culinárias.

  • Primeiros encontros (séc. XVI): em 1543, a chegada a Tanegashima traz o arcabuz (tanegashima); em 1549, Francisco Xavier inicia as missões (Kirishitan), escolas, cartografia e impressão (kirishitan-ban).
  • Nagasaki como ponte: porto do comércio nanban, porta de entrada de mercadorias, técnicas e ideias.
  • Heranças do dia a dia (conforme a sinalização interna do pavilhão):
    Álcool → アルコール · Tempura → 天ぷら · Marmelo → マルメロ · Pão → パン · Copo → コップ · Cruz → クルス · Caramelo → カラメル · Sabão → シャボン · Botão → ボタン · Órgão → オルガン
  • Arte e objetos: biombos nanban, lacas, instrumentos de navegação e mapas globais.
  • Sabores que ficaram: kasutera (bolo de Castela) e konpeitō como tradições ligadas a Nagasaki.

Portugal que se prova à mesa
O restaurante traduz a identidade em sabores — vitrine de petiscos atlânticos, vinhos e doces. Gastronomia como extensão do discurso: ingredientes, técnicas e afetos do encontro entre mar e terra, tradição e reinvenção.

Nosso agradecimento
Registramos nosso agradecimento pela simpatia e excelente recepção no Pavilhão de Portugal. Desde o primeiro contato, a assessora de imprensa nos acolheu com profissionalismo e gentileza — atenta aos detalhes, ágil nas respostas e generosa em abrir caminhos para que nosso trabalho fluísse. Saímos de lá com o estômago roncando, rendidos ao cheiro que vinha do restaurante, e muito tristes de não poder ficar para o jantar — tínhamos que continuar nossa cobertura da Expo.

Estados Unidos (EUA): “Imagine What We Can Create Together”
Duas edificações triangulares com fachada de madeira e um cubo suspenso marcam a entrada; ao lado, um palco recebe apresentações ao longo do dia. O percurso interno se organiza em cinco experiências imersivas que abordam tecnologia, exploração espacial, educação, cultura e empreendedorismo. A parte externa usa telas de LED para projeções, e o percurso inclui o mascote Spark e um restaurante com ambientação espacial.
No encerramento, o Pavilhão dos EUA leva o público ao “Launch – To the Moon and Beyond”, uma imersão que simula um lançamento da NASA. Dentro do cubo iluminado, som surround, iluminação cinematográfica e imagens do James Webb conduzem da Terra à Lua e às possibilidades além. Inspirado no Kennedy Space Center e guiado pelo mascote Spark, o clímax funciona como o ponto emocional da visita — e um convite: “Join Us!”.

Peru: “Infinite Possibilities”
A narrativa combina biodiversidade (Andes, Amazônia e costa do Pacífico) com patrimônio reconhecido pela UNESCO — Machupicchu, Caral e Linhas de Nasca — além de vitrine de produtos exportáveis e gastronomia. A exposição foi apresentada em fases: início com foco no Senhor de Sipán (joias e cerâmicas) e, depois, ênfase nas culturas Nasca. Ao longo do período, houve degustações e apresentações de dança, compondo um roteiro de identidade cultural e promoção econômica.

Comparativo rápido: Osaka 2025 × Aichi 2005 (Japão)

Visitantes
Osaka 2025: 26,8 milhões acumulados até 4 de outubro de 2025.
Fonte: expo2025.or.jp

Aichi 2005 (Nagakute/Seto/Toyota): 22,05 milhões no total dos 185 dias.
Fonte: Wikipedia

Área da Expo
Osaka 2025: 155 ha (Yumeshima).
Fonte: bie-paris.org

Aichi 2005: ≈173 ha distribuídos entre Nagakute, Seto e Toyota.
Fonte: expo2005.or.jp

Países participantes
Osaka 2025: 159 países + 7 organizações internacionais na abertura.
Fonte: bie-paris.org

Aichi 2005: 121 países + 4 organizações internacionais.
Fonte: Expomuseum

Pavilhões de empresas (setor privado)
Osaka 2025: 13 pavilhões do setor privado (além de 8 “Signature”).
Fonte: Wikipedia

Aichi 2005: zona corporativa com 9 grandes pavilhões (Toyota, Mitsubishi, JR Central, Hitachi, etc.); 15 pavilhões corporativos ofereciam reserva online, sinal do peso do setor privado naquela edição.
Fonte: japan-experience.com

Resultados e legado
Osaka 2025: superou a marca de 25 milhões e já ultrapassa 26 milhões de visitas perto do encerramento; consolidou a Grand Ring como ícone arquitetônico em madeira e reuniu cerca de 160 nações em torno de inovação e sustentabilidade.
Fonte: expo2025.or.jp

Aichi 2005: virou referência de gestão e sustentabilidade, deixou o Expo 2005 Aichi Commemorative Park (Moricoro Park) e impulsionou mobilidade regional (ex.: Linimo). Em 2025, o BIE voltou a destacar o impacto duradouro da edição de Aichi.
Fonte: aichinow.pref.aichi.jp

E a próxima Expo deste porte?
A próxima Exposição Universal (World Expo) será em Riade, Arábia Saudita, de 1º de outubro de 2030 a 31 de março de 2031, com o tema “Foresight for Tomorrow”. Antes disso, em outra categoria, ocorre a Expo Especializada de Belgrado (Sérvia) em 2027.
Fontes: bie-paris.org – Expo 2030 Riyadh, bie-paris.org – Expo 2027 Belgrade

Mais do que arquitetura icônica e filas cheias de idiomas, a Expo lembrou que o nosso maior recurso é a capacidade de imaginar juntos. Em cada pavilhão, vimos ciência encontrar cultura, tradição abraçar futuro e pessoas desconhecidas virarem parceiras por um instante — o suficiente para plantar ideias que seguem viagem quando as luzes se apagam. Que a energia acesa em Osaka continue a nos mover: a construir pontes, a cuidar do planeta e a transformar curiosidade em ação concreta. Porque, no fim, o mundo que queremos começa aqui — no encontro entre pessoas, sonhos e possibilidades.

Galeria de fotos Pavilhão do Portugal

Galeria de fotos do Pavilhão dos Estados Unidos da América

Galeria de fotos do Pavilhão do Peru

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