Pavilhão do Kuwait na Expo Osaka 2025: experiência, arquitetura em asas e domo do deserto

O Pavilhão do Kuwait é muito interessante e logo de cara você tem a imagem de um oásis no meio do deserto. A fachada em forma de asas abre caminho para um interior que usa luz e sombra com precisão. O percurso mistura passado, presente e futuro em uma sequência clara, com projeções bem calibradas e som no volume certo. No centro, o domo que evoca o céu do deserto cria um local convidativo para fazer uma pausa, você desacelera, olha para cima e entende o tom do lugar.
O ponto que muda a chave é o recorte do conteúdo. Em vez de ficar no óbvio do petróleo, o pavilhão traz cultura, ciência, design e planejamento. Em uma sala, um banco de areia originalmente trazido dos seus desertos, amostras de suas matérias primas: grãos de café, pérolas, tâmaras, resinas de Frankincense e pecas têxteis do artesanato de Al Sadu. Em outra, maquetes e dados que traduzem ambições de longo prazo em exemplos concretos em várias áreas, desde medicina a urbanização. O roteiro é simples e funciona. A cada etapa, o visitante sai com uma ideia mais nítida de quem faz o país hoje.
A sala do vídeo fica sob uma cúpula baixa, com bancos que lembram dunas, com uma luz discreta e o teto funciona como uma grande tela, onde o céu do deserto surge em detalhes e as constelações se formam e se desfazem em silêncio quase total. Primeiro, a sensação de planetário ajusta o ritmo , em seguida, as imagens costuram paisagens, memórias de pessoas de suas regiões e projetos de futuro, em transições suaves que reforçam a ideia de continuidade do país. O som é contido, pensado para você ver deitado e deixar o olhar correr. Não há excesso de texto nem roteiro didático. A explicação está na própria imagem, que fecha a experiência com um horizonte claro e deixa a pergunta certa: o que vem depois desse céu.
É uma visita que informa, rende conversa e deixa vontade de ver como as intenções apresentadas ali viram projetos de verdade.