Japão confirma 1º caso de paciente infectada com vírus Mpox ‘Clade Ib’

Hyogo – As autoridades de saúde do Japão confirmaram na terça-feira (16) que uma mulher na faixa dos 20 anos de idade está infectada com mpox (anteriormente chamada de “varíola dos macacos”), do tipo “Clade Ib (um-bê)”. É a primeira vez que esse tipo de vírus é detectado no Japão.
O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar e a prefeitura de Kobe (Hyogo) informaram que a paciente procurou uma instituição médica no dia 12 de setembro reclamando de erupções cutâneas e febre. Os testes genéticos confirmaram se tratar de infecção pelo vírus Clade Ib, prevalente na África Central desde 2023, noticiou a NHK.
A jovem paciente tem histórico de viagens para a África, o que levou as autoridades a acreditar que ela foi infectada lá. Seu estado de saúde é considerado estável.
A mpox é transmitida principalmente pelo contato com fluidos corporais ou sangue de pessoas ou animais infectados. A prefeitura de Kobe informou que não há indícios de risco de disseminação comunitária a partir deste caso.
O que é o “Clade Ib” de mpox
O vírus “Clade Ib” foi detectado em surtos na República Democrática do Congo desde 2023. Ele é diferente do “Clade IIb (dois-bê)”, que foi responsável pelo surto global de três anos atrás, que afetou principalmente os EUA e a Europa.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA informou que, desde o ano passado, foram confirmados mais de 40 mil casos e mais de 100 mortes no Congo.
No Japão, o Instituto Nacional de Gestão de Crises em Saúde destacou que, inicialmente, temia-se que o Clade Ib tivesse uma taxa de letalidade mais alta do que o Clade IIb. Porém, atualmente, com tratamento adequado, a taxa é inferior a 1%. Fora da África, não foram relatados óbitos por Clade Ib.
A via mais comum de transmissão do vírus é o contato sexual, mas há registros de contágio em ambientes domésticos por contato próximo.
Segundo as autoridades de saúde, o período de incubação é de 1 a 2 semanas, com sintomas como febre, dor de cabeça e dores musculares, seguidos de erupções cutâneas pelo corpo e na região genital.
Com tratamento adequado, a recuperação ocorre em 2 a 4 semanas. Pessoas com imunidade comprometida correm maior risco de desenvolver formas graves.
Já existem estudos internacionais que indicam que a vacina contra a varíola humana é eficaz na prevenção de mpox. A vacinação até 4 dias após a exposição pode evitar a infecção, e até 2 semanas após pode reduzir o risco de agravamento.
No Japão, há um sistema preparado para aplicar a vacina nacional em pessoas que possam ter sido expostas ao vírus, segundo a emissora estatal.
Orientação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública de interesse internacional desde o outono de 2023, quando novos tipos de vírus circularam na África Central.
Contudo, com a ampliação da vacinação, os casos e mortes diminuíram, e em 5 de setembro passado a OMS declarou encerrada a emergência.
No Japão, até 12 de setembro, foram confirmados 254 casos de mpox, incluindo 1 óbito. Com este novo caso, causado pelo Clade Ib, o número total chegou a 255.
O Ministério da Saúde reforçou que:
• Há estrutura nacional para diagnóstico, tratamento e vacinação.
• Não é necessário medo excessivo ou atitudes discriminatórias contra pacientes.
• Pessoas com febre, erupções cutâneas ou sintomas suspeitos devem procurar atendimento médico e seguir medidas básicas de prevenção de infecções.
Foto: Reprodução